terça-feira, 22 de setembro de 2009

Noite de Saudade

A noite vem pousando devagar Sobre a terra, que inunda de amargura…E nem sequer a bênção do luarA quis tornar divinamente pura…
Ninguém vem atrás dela a acompanharA sua dor que é cheia de tortura…E eu ouço a noite imensa soluçar! E eu ouço soluçar a noite escura!
Porque és assim tão ’scura, assim tão triste?! É que, talvez, ó noite, em ti existeUma saudade igual à que eu contenho!
Saudade que eu nem sei donde me vem…Talvez de ti, ó noite!… Ou de ninguém!…Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!
(( Florbela Espanca))

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