segunda-feira, 12 de julho de 2010

Desliga-me

Embrenho-me na noite, onde o brilho das estrelas se consumiu no vazio da tua ausência.
Onde a luz da Lua se apagou com a chegada do dia.
A realidade absorve os sonhos, apaga os sentimentos e dissolve as palavras em imagens feitas de nada.
Fiquei a sós, comigo mesma, neste mar de palavras, agora vazio de sentidos, porque já não faz sentido.
De alma vazia, deixo cair das paredes os quadros que desenhei.
A tua alma, grita-me, quer sair de mim, e eu, não lhe fecho a porta, abro-te caminho e deixo-te partir, com a liberdade de te deixares ficar.
Esta noite, longa de mais, deixou-me o corpo dormente, e o espírito ausente.
Fui procurar-te e já não encontrei o caminho, o mapa que me guiava é agora um folha em branco, vazia de referências, a luz que me conduzia está apagada e o brilho do teu olhar escondeu-se por detrás das pálpebras que cerraste para não deixares sair uma só lágrima.
A Lua, companheira de confissões, fechou-me a porta, deixando apenas um pequeno traço de luz no céu escuro desta noite, longa, demasiado longa.
Hoje perdi-te, sem nunca te ter tido.
Desliga-me no botão quando saíres.

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