segunda-feira, 31 de agosto de 2009



Pegarei todos os meus sonhos e os despacharei em envelope pardo,destinatário incerto, sem remetentePassarei um pincel escuro no arco-írisque inocentemente eu desenhei,carregado de cores.
Amassarei de vez todas as flores de mentirosasesperanças e arrancarei até mesmo os falsosbotões que estão por vir.Nublarei a noite quando ela me escancarar a lua cheia,apagarei uma a uma,todas as estrelas que teimarem em tremeluzir.
Tingirei de cinza a manhã mais luminosa domeu santuário emudecerei o canto do meusabiá canoro e não farei mais festa para o meu colibri.Desfarei todas as pegadas do caminho,onde os teus passos e os meus estiveram perfilados.
Encherei de colcheias e semifusas confusastodos os fados e canções que arrancaramlágrimas deste meu coração emocionado.Farei em pedacinhos,pequenas e grandeslembranças palpáveis,sem esquecer aquele CD e o vestido de marquinhas,aquele que você gostava, mas não chegou a conhecer.
Destroçarei também as recordações não palpáveis,que um dia me deram provas incontestes do teu amorE dizimarei todas as angélicas hostes que meatrelaram a ti, esquecidas da minha dor.
E , se porventura em
sonhos,minha alma desvairada te buscar e,em prantos te encontrar andando pela rua,Abraça-me, com aquele carinho de antigamentePorque sonhando, nossas almas não mentemE a minha te dirá que ainda… SOU TUA

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