terça-feira, 3 de agosto de 2010

Caixa de Segredo

Tenho uma caixa pequenina cheiinha de mim.
É onde me guardo, onde me perco, onde me descubro.
Uma caixa cheia de sonhos, de ilusões, de passados perdidos, de futuros imaginados.
Uma caixa cheia de estrelas, de sorrisos, de ondas de felicidade, de luares e de olhares profundos, de beijos húmidos e quentes, de abraços que se abrem e se fecham como janelas.
Cheia de céu e de mar, de ternura e cumplicidade, cheia de folhas de Outono e flores de Primavera.
Cheia de brisas leves e ventos fortes a cortar a respiração.
Cheia de orvalhos e chuvas torrenciais.
Cheia de relva fresca acabada de cortar, de aromas de chuvas de Verão.
Cheia de areias quentes e de águas cristalinas.
Cheia de poemas e de cartas por escrever.
Cheia de danças e de mãos entrelaçadas.
Cheia de suspiros e entregas incondicionais.
Cheia de encontros e desencontros, de momentos perfeitos e depois desfeitos.
Cheia de gritos silenciosos e de lágrimas felizes.
Cheia de mãos que percorrem corpos como rios.
Cheia de tardes de sol em cadeiras de lona, de lençóis lavados e desalinhados em noites de amor. Cheia de palavras ditas e por dizer.
Cheia de estradas e labirintos, de mundos por descobrir.
Uma caixa cheia de música e de cheiros, inconfundíveis, incomparáveis, únicos.
Tenho uma caixa pequenina onde guardo o que é meu.
Uma caixa cheia de mim.

Nenhum comentário: