terça-feira, 23 de novembro de 2010

O efêmero e o eterno


· Efêmero foi aquele beijo que a menina-moça trocou no baile há tanto tempo. Eterna é a lembrança que ela guarda do jovem e do beijo, ainda hoje, aos oitenta anos.
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· Efêmera foi a dor que o jovem sentiu quando ela partiu sem poder lhe dizer sequer adeus. Eterna é a saudade daquele olhar, banhado em lágrimas, pois ela não queria partir.
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· Efêmera foi a ofensa jogada ao vento, na hora do desespero pela traição. Eterno é o peso do que foi dito injustamente e que ficou cravado em seu coração.
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· Efêmera foi a injustiça que ela sofreu e perdeu o seu merecido lugar para outra. Eterna é a certeza de que a vida dá muitas voltas, pois a injustiça foi corrigida pelo destino e ela alcançou postos melhores em outra empresa.
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· Efêmera foi a angústia da adolescência, quando se sentia rejeitada e ouvia dos colegas muitos apelidos pejorativos. Eterna é a lembrança da dor que aquelas palavras lhe causavam, ainda que hoje ela seja uma linda mulher.
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· Efêmera foi a certeza de que ele seria o único amor de sua vida. Eterna é a certeza de que, de fato, para a jovem, ele foi o único amor de sua vida.
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· Efêmera foi a tristeza da menina que se viu rejeitada pelos pais. Eterna é a certeza de que a ferida da rejeição sumiu, mas, a cicatriz pelo abandono ficará, para sempre.
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· Efêmera foi a dúvida sobre o amor que ele dizia sentir por ela. Eterna é a constatação de que nem sempre as palavras dizem verdadeiramente o que vai no coração alheio.

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